A chegada em Roma não podia ser mais confusa : Final de tarde , hora do Rush, numa das cidades de trânsito mais caótico da Terra. Algo como duas horas para poder entrar na cidade. Tarefa dantesca, mas que foi cumprida com razoável pertinência graças a capacidade absurda da Cláudia em se mover com um pedaço de mapa na mão. As primeiras visões da cidade para quem chega de carro não são boas. A cidade não é das mais limpas, mal sinalizada. E nosso hotel ainda ficava perto da estação de trem, uma espécie de “bocada” italiana. As expectativas enfim, não eram da melhores. Existem muitos lugares para se ficar boquiaberto em Roma. O Coliseu, a via ápia (as ruínas da Roma antiga), a Fontana Di Trevi. Mas acho que nada marca mais que uma visita ao Vaticano.
Chegamos lá preparados para enfrentar uma fila imensa e de horas para entrar na Basílica de São Pedro, o coração do Vaticano. E realmente a fila era imensa. Mas incrivelmente, mesmo com todo aparato de segurança envolvido, a fila andava muito rápido e meia hora depois, estávamos entrando. Acho que o último ato da minha vida de católico foi minha primeira comunhão. Desde aí, eu e a religião não andamos muito próximos não. Mas é impossível para qualquer ser não se emocionar por estar ali. A visita começa pela Cripta, onde estão enterrados os Papas. E já é uma verdadeira aula de história. Ali estão alguns dos homens mais importantes da história da civilização. A própria história moderna se deu lado a lado com a vida da igreja e os Papas, mais que reis e personalidades, influenciaram como poucos na formação da nossa identidade ocidental judaico-cristã.
Quando dei por mim estava em frente a uma capela toda protegida por grossos vidros , diferente das outras que ficam impressionantemente disponíveis ao público. Percorri com os olhos o teto em busca de uma legenda e ali estava “Petri Apostoli”. O túmulo de São Pedro. Religioso ou não, como não se comover com isto? História pura! Detalhe : O altar do papa fica exatamente em cima do túmulo.
Mas a principal parte sem dúvida, foi entrar na Basílica. Impressionante em todos os aspectos. A riqueza, a beleza, a preocupação com os detalhes. Você fica realmente pequeno ali dentro. E com certeza existe algo divino ali. Não o divino conceitual padrão, da Casa de Deus ou algo sim. Pra mim Deus habita o Vaticano tanto quanto a Vila dos Papeleiros ou os Templos no Tibete. Mas falo do divino da capacidade humana de crias coisas bonitas. Ali, nós seres humanos mostramos um pouco nossa veia divina, nas mãos de Michelângelo, Da Vinci e outros que povoam as paredes e capelas do Vaticano.
Não é uma igreja. É uma casarão imenso e dourado, que conta a imperfeita evolução do homem civilizado, e representa como poucos símbolos, a capacidade de sermos ao mesmo tempo, divinos e bestiais.
Não vimos o Papa, era inverno e nessa época ele não mete a santa carequinha na janela. Mas nem precisou do Sumo-Intermediário. Naquele lugar, é pela mão dos homens que entramos em contato com o céu.
Jacques, primavera calorenta de 2008
Chegamos lá preparados para enfrentar uma fila imensa e de horas para entrar na Basílica de São Pedro, o coração do Vaticano. E realmente a fila era imensa. Mas incrivelmente, mesmo com todo aparato de segurança envolvido, a fila andava muito rápido e meia hora depois, estávamos entrando. Acho que o último ato da minha vida de católico foi minha primeira comunhão. Desde aí, eu e a religião não andamos muito próximos não. Mas é impossível para qualquer ser não se emocionar por estar ali. A visita começa pela Cripta, onde estão enterrados os Papas. E já é uma verdadeira aula de história. Ali estão alguns dos homens mais importantes da história da civilização. A própria história moderna se deu lado a lado com a vida da igreja e os Papas, mais que reis e personalidades, influenciaram como poucos na formação da nossa identidade ocidental judaico-cristã.
Quando dei por mim estava em frente a uma capela toda protegida por grossos vidros , diferente das outras que ficam impressionantemente disponíveis ao público. Percorri com os olhos o teto em busca de uma legenda e ali estava “Petri Apostoli”. O túmulo de São Pedro. Religioso ou não, como não se comover com isto? História pura! Detalhe : O altar do papa fica exatamente em cima do túmulo.
Mas a principal parte sem dúvida, foi entrar na Basílica. Impressionante em todos os aspectos. A riqueza, a beleza, a preocupação com os detalhes. Você fica realmente pequeno ali dentro. E com certeza existe algo divino ali. Não o divino conceitual padrão, da Casa de Deus ou algo sim. Pra mim Deus habita o Vaticano tanto quanto a Vila dos Papeleiros ou os Templos no Tibete. Mas falo do divino da capacidade humana de crias coisas bonitas. Ali, nós seres humanos mostramos um pouco nossa veia divina, nas mãos de Michelângelo, Da Vinci e outros que povoam as paredes e capelas do Vaticano.
Não é uma igreja. É uma casarão imenso e dourado, que conta a imperfeita evolução do homem civilizado, e representa como poucos símbolos, a capacidade de sermos ao mesmo tempo, divinos e bestiais.
Não vimos o Papa, era inverno e nessa época ele não mete a santa carequinha na janela. Mas nem precisou do Sumo-Intermediário. Naquele lugar, é pela mão dos homens que entramos em contato com o céu.
Jacques, primavera calorenta de 2008

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