
Publico várias coisas antigas guardadas no baú, a pedidos.
abraços a todos!
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Acho que era agosto de 1998. Uma manhã fria, eu chegava em Porto Alegre , como outros tantos milhares de gaúchos vindos do interior, para trabalhar. Fiquei uns meses numa tia para me acostumar (coisa de gente do interior...) e depois aluguei um ap. ali na Cidade Baixa, perto do Pão dos Pobres. No início, nossa!! Dirigir em Porto era uma aventura, aquele bando de malucos voando naquela Ipiranga. Me perdia toda hora entre Protásios e Nilos.. O início foi difícel.. Todo final de semana eu voltava pra Pelotas, choramingando no colo da namorada as agruras da cidade grande...Mas o tempo passou e fui me encaixando nessa “cidadezinha grande”. Até que um belo dia, em Pelotas, um amigo meu me disse : “ Tchê, tu tá o legítimo Porto Alegrense, com sotaque e tudo!”.
Era verdade. Depois que me acostumei, para o desespero da namorada, não queria mais saber de Pelotas. No final, tive que optar entre as duas. Portinho venceu disparado!
De lá pra cá foram tantos domingos de grenais, outros tantos de eleições com a cidade e suas bandeiras vermelhas, tardes de inverno frias de mate no parcão. E Porto Alegre virou minha também. Ah que alegria eu sempre tive entrando na Ipiranga pra ver um filme no Cinemark do Bourbon. Sexta a noite, quando parava pra comprar uma cerveja no postinho da Goethe e via aquela galera animada pra festa. Quando dobrava a esquina pra Calçada da Fama quinta a noite então.. Não existe passarela de moda no mundo que tenha tantas mulheres bonitas quanto aquele lugar..
Como tantos outros gaúchos fui adotado por Porto Alegre.
E sempre soube reconhecer. Sempre que eu saia do trabalho e passava pelo gasômetro, e olhava aquele rio e aquele sol se indo, eu ria sozinho.. Eu podia ver aquilo todo dia !
Que menina linda essa Porto Alegre!
Faz um ano atrás mais ou menos, tive que romper com “ela”. Voltei pro interior, por essas coisas da vida.
Mas foi um rompimento provisório. Mais que amigável. Lembro do dia em que, carro cheio de coisas, cruzei a Ponte do Guaíba em direção ao sul. Olhei pra trás , vendo o porto amarelo mais amarelo pelo sol caindo, e me emocionei. Dez anos depois de chegar , eu fazia o caminho de volta..mas com laços que jamais se romperão.
Nem chega a ser uma crônica isso. É apenas um jeito de dar parabéns a essa cidade linda. E também ás pessoas todas, porto alegrenses e convidados, que habitam esse Porto dos Casais. Aos Porto Alegrenses, deixo minha inveja, pela rara sorte. E com os convidados, como eu, divido a alegria, de ás vezes, poder cruzar a Ponte da Azenha.
Parabéns! E me espera... Eu volto!
Jacques, final de verão de 2007

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