Mude o mundo

14/09/2009

Dançando pelos Castelos da França

Janeiro/08
Quando saímos de Paris, eu não tinha muitas expectativas , confesso. Estava muito mais preocupado em dirigir e conseguir sair mesmo da cidade que propriamente imaginar o destino. E também estava tão encantado com Paris que nem queria esperar nada do tal Vale do Loire.
Esse vale, que tem esse nome porque o rio Loire flui por ele, é a região com a maior concentração de castelos do mundo e os principais da França, na sua maioria balneários ou estâncias de caça de reis e nobres. Outra coisa interessante é que a pronúncia de Loire em francês é algo muito parecido com “Luar” o que abre uma possibilidade infinita de licenças poéticas. Para um “imaginador” como eu, um prato de caminhoneiro, bem cheio. Saindo de Paris, lentamente o cenário foi mudando para um bucólico ar campestre francês. E umas duas horas depois, após cruzar algumas pontes medievais e passar por minúsculos povoados, chegamos a Chambord , o maior dos castelos do vale. Grandioso, a imponência do lugar comove na chegada, rodeado por um simpático hotel antigo e aconchegante. Quando eu desci do carro parecia o tal menino com uma bola nova. Já fomos logo tirar fotos e olhar o castelo por fora, visto que era final de tarde e nossa idéia era “adentrar” o bicho na manhã do outro dia. A tarde se esvaía e tínhamos que voltar para a cidade mais próxima antes do anoitecer, para conseguir um hotel ou um lugar para dormir. Quando me ocorreu : Por que não passar a noite ali, naquele cenário magnífico? A Cláudia questionou se o hotel não seria muito caro e resolvemos ir lá perguntar. Não era. Menos de cem euros era aceitável e o preço se enquadrou. Olhamos os quartos e escolhemos um que, da janelinha, dava pra ver o castelo ( Os que tinham visão total eram mais caros). Jantamos por ali mesmo e o frio do inverno francês invadia a noite com força. Após a janta fomos dar uma caminhada em torno do castelo e fazia muito frio, imagino que um ou dois graus. Mas a cena era tão fantástica, aquela imponência toda valia o frio. Eu, leigo no assunto, me esforçava pra não demonstrar todo meu “abobamento” frente ao que se via, afinal ela era muito viajada, já conhecia o lugar e eu não queria pagar de totalmente deslumbrado. Bobagem, claro.
Já no quarto do hotel, prontos pra dormir, eu ficava espiando toda hora pela janelinha e ficava imaginando as noites antigas no lugar , onde reis e suas cortes desfrutavam de jantares nababescos e formais.
Dormi com aquela imagem de sonho na minha cabeça e cedo pulamos da cama para o Petit déjeuner, o café da manhã dos franceses. Assim que o castelo abriu pra visitação, estávamos nós lá, guias na mão e andando pelos 440 quartos, 365 lareiras e 84 escadas de Chambor.
Ficamos horas lá dentro e a cada peça ou quarto famoso, eu viajava pelo tempo. As escada principal do castelo foi projetada por Leonardo da Vinci e concebida pelo gênio de uma maneira que, quem subia não topava com quem descia. Segundo a história, era uma maneira do Rei Francisco ir ao quarto das amantes sem que a rainha percebesse. Vai saber..
Saí de lá cansado de tanto caminhar e não passamos nem pela metade do castelo. E ainda iríamos ver outros(ChaumontSurLoire e Chenanceaux ou Chenanceau ). Este último também lindíssimo, construído sobre um rio e com uma salão de baile de sonhos. ( foto postada abaixo).
Seguimos nossa viagem pelo interior da França e rumo aos Pirineus e a Barcelona, mas o Loire e seus castelos com certeza me vinham a mente a todo momento. E escrevendo agora, parece que estou ali, imaginando a vida dos homens 500 anos atrás.
O Loire que me aguarde, em breve estarei lá de novo. É um dos lugares que quero rever, agora não com os olhos de novidade, mas com os olhos de saudade. Por enquanto vou revendo as fotos e filminhos, lembrando da tarde ensolarada e da noite gelada de Chambord.

As fotos e vídeo são nossos.

Quem sabe um dia também dançarás nos salões de Chenanceaux ?

Hein ? Hein ??


Viaje. Dance. ( Eu nem sei dançar..)






Dica : Carregue todo video e depois assista novamente.
Assim você não tem as paradas chatas de carregamento de buffer.



Le loupgarou, pós chuvas de setembro, ano de 2569 do calendário budista.

Um comentário:

Cris Harff disse...

Lendo teu texto me fizestes viajar novamente pelos castelos do "Vale do Luar", não há como não se impressionar com a beleza e o clima daqueles lugares... fechar os olhos e imaginar a vida de antigamente, reis, rainhas, roupas, forma de viver, tudo.... é realmente deslumbrante !!!
Bjo, Cris.