
Quero saber quem já não passou por isso. A tal “Jantinha lá em casa. Vou te apresentar uma amiga...”
Acho que todos nós. E invariavelmente dá errado não é? Com certeza. Nunca em “Uma jantinha lá em casa” você conheceu alguém que valesse a pena lembrar. Bom, eu até aquele verão nunca tinha sido convidado. Não sei se pelo meu estilo Ogro (Como muito e falo o que penso) ou se foi só por sorte mesmo. Mas chegou a minha vez. João e Maria, casal que fazia pós junto comigo na FGV, insistiam sempre pela tal jantinha. E tanto foi que um dia não deu para escapar. Vou né? Fazer o que? Depois que eu já tinha aceitado, veio o pânico da notícia : “ Convidei uma amiga minha pra te apresentar. Vais adorar ela!” Pronto. Já estava lá eu imaginando meu strogonoff esfriando porque eu não conseguia garfá-lo, atento que tinha que estar a amiga que não parava de falar de suas qualidades e de como ela acreditava que tinha que ser um relacionamento e blá blá.. Bom..Vocês conhecem a ladainha de mulheres que querem um namorado de qualquer jeito.
Fazer o que ? “Vâmo” lá. Pode ser que se eu arrotar e contar uma piada suja bem no início do jantar ela já desista de mim e deixe eu comer em paz.
Não era bem assim. Depois, João, o anfitrião me ligou :
Cara, tu sabe quem é que a Maria convidou pra janta ? É a Modelina Topelete ( o nome não é esse, óbvio né cabeção!?)
Quem?
Modelina Topelete. Modelo gáucha. É até famosa. Sai foto nessas revistas de moda ai. Ela é amiga de infância da Maria. São tipo melhores amigas.
Hum..e o keko ?
O keko é que ela é muuuito gostosa, animal de Pelotas. E se tu pegar ela , tu vira meu ídolo!!!!!!!!!
Hum...
Pronto. Além da jantinha agora estava na obrigação do resultado. Mas belê. Vamos sem medo, que quem se aperta antes é saco de touro de rodeio.
Chegou o tal sábado e por via das dúvidas tomei duas providências. Ir de tênis ( Se era modelo , devia ser uma girafa. Pra não pagar de anão, melhor pôr meu Nike Shox e dar uma engambelada) e dar uma pesquisada na internet no nome figura. Google Imagens e pronto! Nossa.. Muitas fotos. Bonita a desgraçada !!! E não era das mais estranhas. Acho que era mais modelo tipo fotográfica porque parecia ter carne. Hum..Melhor. Será que a tal jantinha vai me surpreender?
Toquei a campainha do ap. do João e quando a porta abriu, confesso que me assustei. A própria senhorita Modelete abriu a porta. UAU! Um metro e setenta e vários de uma morena.. De parar briga de cusco.
Entrei né ?
Tinha início o jogo dos olhares, mútuas análises, frases preparadas e todo o ritual pré “Agora cala a boca e beija”.
Bom, comemos, rimos. Confesso. Me diverti. A moça parecia um pouco deslumbrada, falando de quando morou no Japão e desfilou na PQP..mas enfim..acho que esse povo das modeletes é meio assim mesmo. Dei créditos.
No final da noite, combinamos de sair no outro dia. Convidamos os anfitriões, mas joguinho armado, recusaram.
Vinte e uma horas da noite seguinte, lá eu estava na frente do ap. da moça.
E lá vinha ela descendo a escada do hall.
Se não visitou meu orkut, a Maria entregou o serviço..De mini-saia e salto alto. Aleijada de tão gostosa, como diria um delicado amigo meu. Ou ela sabia da minha quase patologia-obssessiva pelo conjunto ou foi um acaso daqueles.
Entrou no carro e me deu um beijo ( Coisa de carioca ). Mas pegou bem no cantinho da boca. Sinais,,sinais.. Mini saia..Salto alto..beijinho pagando cantinho.. VMA ! Veredicto Masculino Automático: Tá louquinha pra dar!
Já comecei a ouvir a musiquinha na minha cabeça : “ Na madrugada a vitrola rolando um blues, tocando BB King sem parar...” O sonho tempera o momento, né? Deixa eu sonhar.
Barzinho na Padre Chagas. Sentamos. Sob os olhos gulosos do macharedo e invejosos da mulherada. Ambos pra ela, óbvio!
Pedi uma cerveja e ela Vodka e limão.
Começava o inicio de uma noite estranha.
A moça trouxe minha cerveja e um copo com vodka e limão, Quando a moça pôs sobre a mesa, minha “ Gisele”, mais que rapidamente falou :
Querida, eu pedi vodka e limão, Não com limão. Troca por favor?
Que frescura , pensei eu.. Vai misturar tudo mesmo pra beber..Mas enfim...
Logo veio a moça de novo. Pôs um copo com vodka em cima da mesa e começou a derramar o suco de limão do outro copo nele....
-Nãããããããaooooooooo!
Que cagaço tomei !!! A minha companhia emitiu esse não histérico e começou:
Não é pra misturar, minha filha!! Eu misturo !!! Só trás e deixa aqui..É tão difícil assim? Trás outro!!!
A menina ficou vermelha de vergonha. E eu estupefato com aquela ceninha.
Mas meio rápido eu disse:
Não precisa trazer outro não. Pode deixar, qualquer coisa depois te chamo.
Minha Kate Moss me olhou com um ar de surpresa, daqueles que são prenúncio de um “ Como assim?”
Antes do argumento dela, o Ogro se apoderou de mim :
Bebe esse linda.. No próximo vem como você quer.
E me aprontei para um típico discurso de menina mimada. Mas o discurso não veio. E ela bebeu na boa.
A partir de ali, se iniciou outros discursos. Ana Hickmann ( É assim que se escreve?) filosofava sobre serviçais que não faziam nada direito e que meninas como aquela se nem servir um drinque sabiam, o que fariam da vida e outras asneiras da espécie.
Pronto. Guampas viradas, cascos a postos. O troglodita se instalara em mim. Acho que eu disse algo assim;
-Olha, a menina trabalha porque precisa. Nem todo mundo nasce top model.
Ela até que reagiu bem..Acho que até gostou do coice..
Uma hora depois chamei a menina e pedi a conta, Nem perguntei se ela queria ir embora ou não. E ela também não falou nada.
Entramos no carro e ela perguntou:
Pra onde vamos ?
Pra tua casa, respondi meio seco.
Percebi no rosto da nossa Naomi o sorriso “ dadivoso”. Ou seja, VMA corretíssimo..
No caminho, fui me mordendo e lembrando da cena toda. E o caminho era longo. Parei na porta do prédio dela :
-Tchau ...Obrigado pela cia. A gente se fala e combina outra saída.
Como tchau? Tu não vai subir?
Não. Tô cansado. Vou pra minha casa!
Não acredito! Tem certeza?
Claro. Outro dia marcamos com mais calma
A moça parecia não acreditar. Mas desceu contrariada. E eu fui pra minha casa. Solito.
No dia seguinte João me ligou :
-Cara, a Modelete ligou pra Maria.!! Enviadou? Pirou? Tu tá brocha ?
Tentei me justificar contando a história toda...
-E dái véio? Comia e ia embora de manhã ! Não acredito no que tu fez
Na verdade nem eu acreditava . Mas estava feito e a sensação não foi ruim...
Moral da história: Nem sei se é uma moral. Mas ás vezes é bom a gente enquadrar quem sempre enquadra. Dizer não pra quem sempre todo mundo diz sim. E ser didático pra mudar um pouco as coisas. E também eu sabia que nenhuma mulher aceitaria passivamente uma negada daquelas. Muito menos essa. Ou seja.. Achava eu que a história teria segundo round. Ou seja 2: Eu só tinha trocado a mão das cartas. Elas ainda estavam sobre a mesa.
Ah, o que aconteceu depois? Bom, entre a bolsa Prada e os sapatos italianos da minha modelete, não conto mais nada pra vocês. Questão de elegância.
Acho que todos nós. E invariavelmente dá errado não é? Com certeza. Nunca em “Uma jantinha lá em casa” você conheceu alguém que valesse a pena lembrar. Bom, eu até aquele verão nunca tinha sido convidado. Não sei se pelo meu estilo Ogro (Como muito e falo o que penso) ou se foi só por sorte mesmo. Mas chegou a minha vez. João e Maria, casal que fazia pós junto comigo na FGV, insistiam sempre pela tal jantinha. E tanto foi que um dia não deu para escapar. Vou né? Fazer o que? Depois que eu já tinha aceitado, veio o pânico da notícia : “ Convidei uma amiga minha pra te apresentar. Vais adorar ela!” Pronto. Já estava lá eu imaginando meu strogonoff esfriando porque eu não conseguia garfá-lo, atento que tinha que estar a amiga que não parava de falar de suas qualidades e de como ela acreditava que tinha que ser um relacionamento e blá blá.. Bom..Vocês conhecem a ladainha de mulheres que querem um namorado de qualquer jeito.
Fazer o que ? “Vâmo” lá. Pode ser que se eu arrotar e contar uma piada suja bem no início do jantar ela já desista de mim e deixe eu comer em paz.
Não era bem assim. Depois, João, o anfitrião me ligou :
Cara, tu sabe quem é que a Maria convidou pra janta ? É a Modelina Topelete ( o nome não é esse, óbvio né cabeção!?)
Quem?
Modelina Topelete. Modelo gáucha. É até famosa. Sai foto nessas revistas de moda ai. Ela é amiga de infância da Maria. São tipo melhores amigas.
Hum..e o keko ?
O keko é que ela é muuuito gostosa, animal de Pelotas. E se tu pegar ela , tu vira meu ídolo!!!!!!!!!
Hum...
Pronto. Além da jantinha agora estava na obrigação do resultado. Mas belê. Vamos sem medo, que quem se aperta antes é saco de touro de rodeio.
Chegou o tal sábado e por via das dúvidas tomei duas providências. Ir de tênis ( Se era modelo , devia ser uma girafa. Pra não pagar de anão, melhor pôr meu Nike Shox e dar uma engambelada) e dar uma pesquisada na internet no nome figura. Google Imagens e pronto! Nossa.. Muitas fotos. Bonita a desgraçada !!! E não era das mais estranhas. Acho que era mais modelo tipo fotográfica porque parecia ter carne. Hum..Melhor. Será que a tal jantinha vai me surpreender?
Toquei a campainha do ap. do João e quando a porta abriu, confesso que me assustei. A própria senhorita Modelete abriu a porta. UAU! Um metro e setenta e vários de uma morena.. De parar briga de cusco.
Entrei né ?
Tinha início o jogo dos olhares, mútuas análises, frases preparadas e todo o ritual pré “Agora cala a boca e beija”.
Bom, comemos, rimos. Confesso. Me diverti. A moça parecia um pouco deslumbrada, falando de quando morou no Japão e desfilou na PQP..mas enfim..acho que esse povo das modeletes é meio assim mesmo. Dei créditos.
No final da noite, combinamos de sair no outro dia. Convidamos os anfitriões, mas joguinho armado, recusaram.
Vinte e uma horas da noite seguinte, lá eu estava na frente do ap. da moça.
E lá vinha ela descendo a escada do hall.
Se não visitou meu orkut, a Maria entregou o serviço..De mini-saia e salto alto. Aleijada de tão gostosa, como diria um delicado amigo meu. Ou ela sabia da minha quase patologia-obssessiva pelo conjunto ou foi um acaso daqueles.
Entrou no carro e me deu um beijo ( Coisa de carioca ). Mas pegou bem no cantinho da boca. Sinais,,sinais.. Mini saia..Salto alto..beijinho pagando cantinho.. VMA ! Veredicto Masculino Automático: Tá louquinha pra dar!
Já comecei a ouvir a musiquinha na minha cabeça : “ Na madrugada a vitrola rolando um blues, tocando BB King sem parar...” O sonho tempera o momento, né? Deixa eu sonhar.
Barzinho na Padre Chagas. Sentamos. Sob os olhos gulosos do macharedo e invejosos da mulherada. Ambos pra ela, óbvio!
Pedi uma cerveja e ela Vodka e limão.
Começava o inicio de uma noite estranha.
A moça trouxe minha cerveja e um copo com vodka e limão, Quando a moça pôs sobre a mesa, minha “ Gisele”, mais que rapidamente falou :
Querida, eu pedi vodka e limão, Não com limão. Troca por favor?
Que frescura , pensei eu.. Vai misturar tudo mesmo pra beber..Mas enfim...
Logo veio a moça de novo. Pôs um copo com vodka em cima da mesa e começou a derramar o suco de limão do outro copo nele....
-Nãããããããaooooooooo!
Que cagaço tomei !!! A minha companhia emitiu esse não histérico e começou:
Não é pra misturar, minha filha!! Eu misturo !!! Só trás e deixa aqui..É tão difícil assim? Trás outro!!!
A menina ficou vermelha de vergonha. E eu estupefato com aquela ceninha.
Mas meio rápido eu disse:
Não precisa trazer outro não. Pode deixar, qualquer coisa depois te chamo.
Minha Kate Moss me olhou com um ar de surpresa, daqueles que são prenúncio de um “ Como assim?”
Antes do argumento dela, o Ogro se apoderou de mim :
Bebe esse linda.. No próximo vem como você quer.
E me aprontei para um típico discurso de menina mimada. Mas o discurso não veio. E ela bebeu na boa.
A partir de ali, se iniciou outros discursos. Ana Hickmann ( É assim que se escreve?) filosofava sobre serviçais que não faziam nada direito e que meninas como aquela se nem servir um drinque sabiam, o que fariam da vida e outras asneiras da espécie.
Pronto. Guampas viradas, cascos a postos. O troglodita se instalara em mim. Acho que eu disse algo assim;
-Olha, a menina trabalha porque precisa. Nem todo mundo nasce top model.
Ela até que reagiu bem..Acho que até gostou do coice..
Uma hora depois chamei a menina e pedi a conta, Nem perguntei se ela queria ir embora ou não. E ela também não falou nada.
Entramos no carro e ela perguntou:
Pra onde vamos ?
Pra tua casa, respondi meio seco.
Percebi no rosto da nossa Naomi o sorriso “ dadivoso”. Ou seja, VMA corretíssimo..
No caminho, fui me mordendo e lembrando da cena toda. E o caminho era longo. Parei na porta do prédio dela :
-Tchau ...Obrigado pela cia. A gente se fala e combina outra saída.
Como tchau? Tu não vai subir?
Não. Tô cansado. Vou pra minha casa!
Não acredito! Tem certeza?
Claro. Outro dia marcamos com mais calma
A moça parecia não acreditar. Mas desceu contrariada. E eu fui pra minha casa. Solito.
No dia seguinte João me ligou :
-Cara, a Modelete ligou pra Maria.!! Enviadou? Pirou? Tu tá brocha ?
Tentei me justificar contando a história toda...
-E dái véio? Comia e ia embora de manhã ! Não acredito no que tu fez
Na verdade nem eu acreditava . Mas estava feito e a sensação não foi ruim...
Moral da história: Nem sei se é uma moral. Mas ás vezes é bom a gente enquadrar quem sempre enquadra. Dizer não pra quem sempre todo mundo diz sim. E ser didático pra mudar um pouco as coisas. E também eu sabia que nenhuma mulher aceitaria passivamente uma negada daquelas. Muito menos essa. Ou seja.. Achava eu que a história teria segundo round. Ou seja 2: Eu só tinha trocado a mão das cartas. Elas ainda estavam sobre a mesa.
Ah, o que aconteceu depois? Bom, entre a bolsa Prada e os sapatos italianos da minha modelete, não conto mais nada pra vocês. Questão de elegância.
Jacques , verão de 2005

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