
Fernando de Noronha era um sonho antigo. Pelas ondas, pelas praias, por todos os Globo Repórteres que faziam Wolf e Diana babarem com a possibilidade de conhecerem aquele paraíso. Mas ambos tinham esbarrado até então, na falta de parceria : os namorados anteriores dos dois preferiam Camboriú (???????) . O que faz um ser humano gostar de Camboriú também pensei junto com vocês. Mas enfim...
Passagens compradas e tudo organizado, verão de 2003, rumo a Noronha. Depois uns diazinhos em Natal , para preencher as férias. Foram até Recife, onde pegariam um aviãozinho da Trip, rumo ao paraíso.
A maioria dos passageiros do avião era de casais. Lua de Mel em Noronha é um destino acertadíssimo para quem curte a natureza.
Na viagem curta, todos falam, no avião sobre a expectativa de chegar. Histórias fantásticas sobre raias imensas e tubarões que “nadaram ao lado da minha tia”. Cinquenta minutos depois, o comandante do simpático teco-teco avisa :
- Senhores passageiros, a direita da aeronave, podemos já avistar o arquipélago de Fernando de Noronha.
Todos vão para as janelinhas para ver, ao menos por uma frestinha, o objeto do desejo de todos.
E lá de cima o lugar já é lindo demais.
Pousaram.
Check in do IBAMA e demais controles feitos, vans da cia. de turismo da ilha levam todos a assistir uma palestra sobre cuidados e deveres na Ilha. O paraíso deve permanecer intocado quando os visitantes se forem.
Mais tarde , Wolf e Diana chegam a pequena pousada onde ficarão hospedados. Uma casa na verdade, com quatro quartos preparados para receber turistas, que tem como proprietárias Ana e Mônica, um simpático casal de lésbicas. Diversidade até nas pessoas. Mal largaram as coisas no quarto. Fizeram um mate e saíram correndo. O paraíso precisava ser aproveitado em cada minuto, cada segundo. O primeiro dia teve um incidente : Um paulista se afogando na Praia do Cachorro. E Wolf, salvando o coitado. Tudo bem. Fortes emoções na chegada é um bom sinal.
Naquela primeira noite em Noronha, não havia “programação oficial”. É o que as operadoras turísticas chama de “Dia livre”. Ou nesse caso, Noite livre. Wolf sugeriu a Diana ;
- Vamos comprar uma champanhe e vamos pra uma praia olhar a lua cheia.
- Perfeito !!! foi a resposta
Champanhe a tiracolo, nove horas da noite, após a janta, lá foram eles rumo a Praia da Conceição.
Na chegada à Praia, a ficha caiu : O paraíso era realmente ali. Uma lua cheia imensa despontava no céu e iluminava o mar tranquilo. Na areia, o silêncio : Não havia ninguém. Só o casal. Absurdamente perfeito.
Sentaram na areia, abriram a champanhe. A rolha foi longe e os dois se divertiram procurando. Era impensável deixar qualquer forma de lixo naquele lugar. Seria mais ou menos como entrar nó céu com os pés embarrados. Imperdoável.
Uma hora depois de muito papo, beijos interrompidos por risadas e uma garrafa de champanhe vazia, o mar parecia convidativo.
- Vamos ? perguntou Wolf
- Vamos ! Mas nús !
Por que não, não havia nada ali senão os dois e Deus. Mas Deus abençoaria aquele banho com certeza.
A água quente impressionava. Acolhedora. Quase nenhuma onda...
Bom, muita champanhe na cabeça, o cenário, a ausência da bermuda e do biquini.. os beijos logo foram ficando mais anciosos.. E o cenário construiu uma perene obrigação ao casal : Não tinha como não. O Amor teria que feito ali. Pra ontem.
Mas então, quase que imediatamente aos sorrisos que marcam o “final” da cena, uma estranha movimentação na água chamou atenção e alguns segundos de apreensão. Será que um tubarão veio comer um sanduiche duplo? A poucos metros do casal, irrompe da água, na noite clara, um artista da água. Um golfinho rotador, em toda sua majestade anuncia sua presença ao casal. E eles ali imóveis, na mesma posição, ainda abraçados. O golfinho voa pelo mar de Noronha, se retorcendo e caindo num imenso “barrigaço”. Rapidamente, todo o redor do casal está tomado por eles. Uns vinte talvez. De tamanhos variados. Parecem brincar e ao mesmo tempo observar. Só um deles salta ao redor, como se fosse o chefe ou algo assim. Óbvio que o tempo parou naquele momento, mas Wolf e Diana calculam que a passagem deles deve ter durado dois minutos no máximo. Lentamente, foram se afastando, parecendo sempre obedecer aos saltos do “golfinho-chefe”.
O silêncio voltou ao mar.
O casal, então, se levanta e sai da água, de mãos dadas, sem falar uma única palavra. Sentam na areia, abraçados e por segundos, contemplam o mar, meio que perplexos pelo que acabaram de viver.
Diana chora. Como se fosse uma criança. Quase soluça. Wolf também chora. E nús, sentados na areia, relembram o acontecido.
Aquele momento marcou o resto da viagem. Toda vez que se olhavam, sorriam. Como se agradecessem um a outro por ter compartilhado aquela noite. Como se fosse um segredo que precisasse ser celebrado por sorrisos, de minutos em minutos. Na outra noite, no escuro do quarto da pousada, antes de adormecer, Diana comentou :
- Sabe Wolf, não sei se Deus estava ali. Mas que ele mandou seus golfinhos pra participar, isso mandou.
************************
Essa é uma típica história de verão. Passageira como o próprio casal, que hoje nem é mais um casal. Mas que será impossível de esquecer. Por que veio a tona agora ? Wolf me contou que no dia 15 de dezembro passado, três anos exatos após o acontecido, recebeu um email de Diana ( Agora já até noiva)
Só com o título e uma foto anexa :
Título : Obrigado. Vou me lembrar pra sempre.
Anexo : Golfinhorotador.jpg
******************************************
Sugestão do Wolf : Vai pra Noronha. Leva a prancha. A noite vai pra praia com a namorada, tira a roupa , entra na água e faz amor. Os golfinhos vão aparecer? Não se sabe. Mas Deus com certeza vai dar uma passada pra abençoar.
Jacques, verão de 2007.
Passagens compradas e tudo organizado, verão de 2003, rumo a Noronha. Depois uns diazinhos em Natal , para preencher as férias. Foram até Recife, onde pegariam um aviãozinho da Trip, rumo ao paraíso.
A maioria dos passageiros do avião era de casais. Lua de Mel em Noronha é um destino acertadíssimo para quem curte a natureza.
Na viagem curta, todos falam, no avião sobre a expectativa de chegar. Histórias fantásticas sobre raias imensas e tubarões que “nadaram ao lado da minha tia”. Cinquenta minutos depois, o comandante do simpático teco-teco avisa :
- Senhores passageiros, a direita da aeronave, podemos já avistar o arquipélago de Fernando de Noronha.
Todos vão para as janelinhas para ver, ao menos por uma frestinha, o objeto do desejo de todos.
E lá de cima o lugar já é lindo demais.
Pousaram.
Check in do IBAMA e demais controles feitos, vans da cia. de turismo da ilha levam todos a assistir uma palestra sobre cuidados e deveres na Ilha. O paraíso deve permanecer intocado quando os visitantes se forem.
Mais tarde , Wolf e Diana chegam a pequena pousada onde ficarão hospedados. Uma casa na verdade, com quatro quartos preparados para receber turistas, que tem como proprietárias Ana e Mônica, um simpático casal de lésbicas. Diversidade até nas pessoas. Mal largaram as coisas no quarto. Fizeram um mate e saíram correndo. O paraíso precisava ser aproveitado em cada minuto, cada segundo. O primeiro dia teve um incidente : Um paulista se afogando na Praia do Cachorro. E Wolf, salvando o coitado. Tudo bem. Fortes emoções na chegada é um bom sinal.
Naquela primeira noite em Noronha, não havia “programação oficial”. É o que as operadoras turísticas chama de “Dia livre”. Ou nesse caso, Noite livre. Wolf sugeriu a Diana ;
- Vamos comprar uma champanhe e vamos pra uma praia olhar a lua cheia.
- Perfeito !!! foi a resposta
Champanhe a tiracolo, nove horas da noite, após a janta, lá foram eles rumo a Praia da Conceição.
Na chegada à Praia, a ficha caiu : O paraíso era realmente ali. Uma lua cheia imensa despontava no céu e iluminava o mar tranquilo. Na areia, o silêncio : Não havia ninguém. Só o casal. Absurdamente perfeito.
Sentaram na areia, abriram a champanhe. A rolha foi longe e os dois se divertiram procurando. Era impensável deixar qualquer forma de lixo naquele lugar. Seria mais ou menos como entrar nó céu com os pés embarrados. Imperdoável.
Uma hora depois de muito papo, beijos interrompidos por risadas e uma garrafa de champanhe vazia, o mar parecia convidativo.
- Vamos ? perguntou Wolf
- Vamos ! Mas nús !
Por que não, não havia nada ali senão os dois e Deus. Mas Deus abençoaria aquele banho com certeza.
A água quente impressionava. Acolhedora. Quase nenhuma onda...
Bom, muita champanhe na cabeça, o cenário, a ausência da bermuda e do biquini.. os beijos logo foram ficando mais anciosos.. E o cenário construiu uma perene obrigação ao casal : Não tinha como não. O Amor teria que feito ali. Pra ontem.
Mas então, quase que imediatamente aos sorrisos que marcam o “final” da cena, uma estranha movimentação na água chamou atenção e alguns segundos de apreensão. Será que um tubarão veio comer um sanduiche duplo? A poucos metros do casal, irrompe da água, na noite clara, um artista da água. Um golfinho rotador, em toda sua majestade anuncia sua presença ao casal. E eles ali imóveis, na mesma posição, ainda abraçados. O golfinho voa pelo mar de Noronha, se retorcendo e caindo num imenso “barrigaço”. Rapidamente, todo o redor do casal está tomado por eles. Uns vinte talvez. De tamanhos variados. Parecem brincar e ao mesmo tempo observar. Só um deles salta ao redor, como se fosse o chefe ou algo assim. Óbvio que o tempo parou naquele momento, mas Wolf e Diana calculam que a passagem deles deve ter durado dois minutos no máximo. Lentamente, foram se afastando, parecendo sempre obedecer aos saltos do “golfinho-chefe”.
O silêncio voltou ao mar.
O casal, então, se levanta e sai da água, de mãos dadas, sem falar uma única palavra. Sentam na areia, abraçados e por segundos, contemplam o mar, meio que perplexos pelo que acabaram de viver.
Diana chora. Como se fosse uma criança. Quase soluça. Wolf também chora. E nús, sentados na areia, relembram o acontecido.
Aquele momento marcou o resto da viagem. Toda vez que se olhavam, sorriam. Como se agradecessem um a outro por ter compartilhado aquela noite. Como se fosse um segredo que precisasse ser celebrado por sorrisos, de minutos em minutos. Na outra noite, no escuro do quarto da pousada, antes de adormecer, Diana comentou :
- Sabe Wolf, não sei se Deus estava ali. Mas que ele mandou seus golfinhos pra participar, isso mandou.
************************
Essa é uma típica história de verão. Passageira como o próprio casal, que hoje nem é mais um casal. Mas que será impossível de esquecer. Por que veio a tona agora ? Wolf me contou que no dia 15 de dezembro passado, três anos exatos após o acontecido, recebeu um email de Diana ( Agora já até noiva)
Só com o título e uma foto anexa :
Título : Obrigado. Vou me lembrar pra sempre.
Anexo : Golfinhorotador.jpg
******************************************
Sugestão do Wolf : Vai pra Noronha. Leva a prancha. A noite vai pra praia com a namorada, tira a roupa , entra na água e faz amor. Os golfinhos vão aparecer? Não se sabe. Mas Deus com certeza vai dar uma passada pra abençoar.
Jacques, verão de 2007.

Um comentário:
Muito bonitas todas as tuas histórias (verdades e criações), confesso que encontrei teu blog por acaso. Fernando de Noronha realmente é inesquecível. Cíntia Fernandes
Postar um comentário